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Ciclismo
De bicicleta, Marcos Lemanski se aventura na Praia do Cassino

De bicicleta, Marcos Lemanski se aventura na Praia do Cassino

19/08/2020
O toledano Marcos Lemanski, 61 anos, encarou o desafio da travessia da Praia do Cassino no Estado do Rio Grande do Sul. A saída foi na Barra de Porto Rio Grande com destino até Barra do Chuí. Na companhia, o amigo gaúcho Benhur Lucchese, 58 anos, de Caxias do Sul. Numa jornada de cinco dias, a dupla pedalou 200 quilômetros com média de sete horas diárias. O destino final seria o Farol da Barra do Chuí na divisa com Uruguai, porém, devido as condições climáticas desfavoráveis ficaram a dez quilômetros do destino final, pois não era possível seguir caminho nem empurrando as bicicletas. A viagem foi realizada no mês passado durante os dias 25 a 29.
Muito feliz com a aventura e o convite do amigo caxiense, o ciclista Marcos Lemanski revela que o local parece um paraíso, com muita fauna, espécies de aves, leões marinhos e focas. Porém, totalmente inóspito, praticamente um deserto e sem civilização. Nos cinco dias de jornada, a dupla cruzou apenas por um comboio de jipeiros – cinco ou seis veículos - e de uma família de pescadores.
Lemanski comenta que o que contrasta com as belíssimas paisagens são os lixos espalhados por quase todo caminho da maior praia do mundo – Praia do Cassino. “É impressionante o que o ser humano consegue fazer, deixando lixo jogado em todo trajeto. E já no primeiro dia de jornada nos propusemos a realizar uma limpeza na praia e fizemos várias paradas para tirar redes que ficam emboladas e poderiam retornar para o mar e enroscar em tartarugas e outros animais (fizemos filmagens dessas tarefas)”, conta Lemanski, que salienta que outra parte triste da viagem foram os leões marinhos com mais de 2 metros e focas mortos.
ALIMENTAÇÃO/FONTE DE ENERGIA – Lemanski conta que a alimentação era à base de alimentos energéticos, entre eles, barra de cereal, doces e chocolates. No almoço e jantar comiam massas ou feijoada em lata.
“Não é uma tarefa fácil, pois é bem mais difícil do que pedalar asfalto ou estrada de chão. Aqueles treinozinhos de 40kms são muitos diferentes, mas valeu a pena. Eu faria tudo de novo. Tivemos a comida no limite, pois planejávamos chegar em quatro dias e acabamos levando cinco dias, e como levamos comida racionada por causa do peso, então chegamos quase no limite. Mais um dia estaríamos com problemas”, Lemanski.
A água acabou já no primeiro dia. Segundo Lemanski, a sorte é que estavam com squeezies do amigo Lincoln de Toledo fabricado com carvão ativado e conseguiram beber águas de riachos que os hidratou durante trajeto.
AVENTURA – A aventura teve início no dia 25 de julho na Barra do Rio Grande, sem apoio terrestre. Lemanski conta que pedalaram 80% do trajeto em primeira marca, no entanto, a dificuldade na areia é muito maior do que asfalto ou estrada de terra. Já no primeiro o clima estava terrivelmente nublado e frio com temperaturas oscilando entre 1º e 3º graus e vento Sul. “Nosso primeiro dia não rendeu quase nada e percorremos cerca de 40 quilômetros. Acampamos em dunas protegidos do vento e com fogueira”, comenta.
No segundo dia, Marcos Lemanski ressalta que tiveram um dia bastante aprazível, com vento de cauda, aí conseguiram pedalar 90 kms na areia. “Essa foi a parte que mais rendeu na viagem”, comemora.
Já no terceiro dia, as coisas começaram a ficar complicadas com ventos muito fortes e a dupla teve que pedalar a passos mais lentos e contínuos. A essa altura já tinham passado os Faróis Sarita e Albardão, que são duas principais referências. “O vento no peito é terrível para pedalar e a areia fofa na ajudava em nada. Então isso prejudicou bastante nossa pedalada no terceiro dia de jornada”.
Normalmente, os ecoturistas fazem uma parada no Farol do Albardão, pois a Marinha do Brasil tem um ponto de apoio que permite as pessoas pernoitarem no dormitório. Porém, devido a Pandemia, as porteiras estão fechadas. “Infelizmente tivemos o azar devido essa Pandemia e não permitiram nossa entrada. E isso nos dificultou muito e seguimos jornada por mais alguns quilômetros até quase anoitecer”.
No período da noite, Lemanski descreve como terrível, pois tiveram que aterrar as barracas devido a péssima condição climática. “Colocamos areia em volta das barracas, até que permaneceram firmes no chão, mesmo assim os ventos quebraram várias varetas e quase não descansamos”.
No quarto e penúltimo dia de jornada, Marcos Lemanski e Benhur Lucchese tiveram apoio do pescador chamado Teixeira, que no período da manhã deu água aos ciclistas para seguiram viagem. A dupla pedalou cerca de 15kms até aproximadamente às três horas da tarde, no entanto, devido areia muito fofa as bicicletas atolavam facilmente, por isso, decidiram retornar até casa do seu Teixeira, que acolheu a dupla e deu abrigo nos fundos da casa dele, num local protegido de vento, onde montaram as barracas para dormir.
No quinto dia, os ciclistas encontraram muitas dificuldades de pedalar, principalmente, após passar uns 40km do Farol Albardão, onde tem um longo trecho de conchas na praia deixando o trajeto muito fofo e intransitável, devido, a maré muito alta tentaram seguir viagem, porém, nem empurrando bicicleta foi possível. “Tivemos muitas dificuldades no temido Concheiro, mas considero que valeu a pena e esses 200kms. Ficou de bom tamanho”.
AGRADECIMENTO – Lemanski agradece o convite do amigo Benhur Lucchese, 58 anos, de Caxias do Sul, que também é praticante paraquedismos, paramotor e gosta muita de aventura. Tanto que já foi duas vezes para o Aconcágua. “Eu confiei na verdade no taco dele (Benhur) e a viagem foi maravilhosa. Para ano que vem nossa intenção é realizar novamente o percurso, mas não por terra e sim voando de paramotor”, finaliza o aventureiro toledano.
PRAIA DO CASSINO
A Praia do Cassino é considerada a maior praia do mundo. São 225 quilômetros ininterruptos de praia até a divisa com o Uruguai.
FAROL DE SARITA
O farol Sarita recebeu esse nome por ficar no local onde foi encalhado propositalmente o navio homônimo, para fins de recebimento de seguro.
FAROL DO ALBARDÃO
O farol do Albardão é um dos faróis mais isolados na costa brasileira. Foi construído em 1909 e é mantido pela Marinha do Brasil.
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