Ivete Rosch Lima se dedicou ao futebol toledano por 27 anos

Futebol também é reduto das mulheres. Um dos exemplos mais clássicos toledanos é de Ivete Rosch Lima que trabalhou durante 27 anos na Liga de Futebol de Toledo. No período em que se dedicou à entidade passaram 13 mandatos e 12 presidentes. Ela começou na Liga em 1989 a convite do Nelson Miguel Schardong para ajudá-lo na organização da documentação de atletas durante um período de trinta dias. Após esse tempo, o presidente da época Wascislau Miguel Bonetti, vendo que ela tinha jeito pra coisa, propôs trabalhasse como secretária onde permaneceu até abril de 2016.
Em 1991, após dois anos de contato com o mundo futebolístico, Ivete ingressou no quadro de Delegados da Federação Paranaense de Futebol (FPF) e tempo depois da CBF onde teve a oportunidade de participar de diversos cursos e pré-temporadas com a elite da arbitragem do Paraná, tendo acesso assim a aulas, palestras e treinamentos. Ela conta que dessa maneira, adquiriu conhecimentos que pode trazer à Liga e assumindo mais funções ligadas a arbitragem afim de aplicar tais conhecimentos de forma a elevar o nível do Campeonato Amador de Toledo.
“As participações nesses eventos renderam carinho, respeito e grandes amizades, que me proporcionaram trazer árbitros que trabalhavam em campeonatos nacionais e internacionais para trabalhar nos jogos e finais do Amador de Toledo”, comenta Ivete.
Confira uma lista de árbitros que atuaram em finais a convite da secretária da entidade:
- Heber Roberto Lopes (CBF e FIFA)
- Ana Paula de Oliveira (CBF e FIFA) - Contato feito pelo Presidente da época, Dayro Gennari, esta final foi comandada por cinco mulheres.
- Paulo Cesar de Oliveira (CBF e FIFA)
- Roberto Braatz (CBF e FIFA)
- Edna Alves Batista (CBF e FIFA)
- Carlos Amarilla (FIFA)
Braço direito de 12 presidentes da Liga, Ivete Lima sempre esteve em constante aprendizado e sua experiência foi fundamental para melhorar a qualidade do quadro de arbitragem (árbitros e assistentes), tornando um campeonato forte e organizado, obtendo respeito de outras Ligas, cidades e também da própria FPF.
Ivete Lima fez história nos seus 27 anos como secretária da Liga. “O trabalho feito com êxito foi justamente pelo respeito, liberdade e confiança dos presidentes, dirigentes das equipes, comunidades, atletas e imprensa, mas principalmente, das pessoas que trabalhavam comigo no dia-a-dia na sede e nos campos e acreditando na forma de trabalhar, visando sempre o melhor para o campeonato de maneira correta e honesta. Todos abraçavam a causa para sair tudo conforme o planejado e da melhor maneira possível”.
Num meio considerado machista, Ivete Lima conseguiu protagonizar mudanças significativas na entidade amadora toledana. “Posso dizer que tive sempre os melhores profissionais que precisava comigo com o objetivo principal de respeitar o nome da instituição para o qual trabalhavam, a Liga de Futebol de Toledo. Claro que nenhuma equipe está isenta de falhas, erros e equívocos, e conosco não foi diferente, mas sou imensamente grata a todos que trabalharam e estiveram junto comigo nesses 27 anos, todos somaram de alguma maneira, me ensinando e ajudando nessa trajetória”, finaliza.
Fatos Pitorescos
Logo que iniciei sem experiência alguma, Bonetti pediu para eu organizar um Campeonato Juvenil e tocar o mesmo sozinha.
Como todos os jogos eram no mesmo campo ficou mais fácil coordenar, mas em um determinado jogo, um dos assistentes não compareceu, então peguei a bandeira e fui fazer o serviço. Equipes estas comandadas pelos falecidos Valdir Bin e Clarino Gonçalves, como eu fiquei na bandeira de número dois, de frente com o banco do Valdir Bin, este ficava me orientando se havia impedimento ou não, dado momento um atleta dele sozinho para fazer o gol ergo a bandeira e ele grita “este não Ivete, agora não”, então respondi, “mas Bin ele estava sozinho”. Final de jogo acabamos por rir da situação e jogo empatado para o meu alívio.
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Em um jogo em Dez De Maio, Socedema precisava de resultado favorável para passar à próxima fase, na época o já falecido Butim jogava pra equipe da casa e já com cara de poucos amigos, como ficava quando estava bravo, por estarem sendo eliminados do Campeonato, resolve, no último minuto do jogo um pouco pra frente do meio de campo ele olhou para o céu e mirou as árvores que tinha atrás do gol, onde atualmente fica a sede do clube,  deu um chute com o intuito de isolar a bola pra acabar logo a partida, de repente esta deu uma caída inesperada e para espanto dele e de todos, GOL!!! Imaginem a festa e o herói do jogo e da classificação, né?
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Em 1998, grávida de seis meses da Mariê, na gestão de José Carlos Gozzi fui ameaçada de morte, indo parar no hospital e ficando internada para não perder minha filha e evitar que ela nascesse prematuramente.
Tudo devido a uma punição de um atleta irregular de uma das equipes que disputavam o campeonato e brigavam pelo titulo. Suspeitamos a partir da documentação que algo estava errado, fui colhendo informações e as suspeitas foram realmente confirmadas. Na data marcada para a reunião com os dirigentes, recebi telefonemas em casa com ameaças de morte caso a equipe ou atleta fossem punidos. Equipe perdeu os pontos, atleta eliminado, eu terminei no hospital e hoje, minha filha tem 22 anos.
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Em 2011, buscar em menos de trinta dias informações, dados, fotos, atas e pessoas que pudessem contar fatos sobre a Liga e assim montarmos a história dos 45 anos da Liga de Futebol de Toledo, foi um momento único e cheio de emoções. Mostrou que cada um que participou da entidade Liga, não colocava ali somente um trabalho qualquer, mas sim seu tempo, dedicação e um amor incondicional ao ver um esporte tão amado e polêmico ao mesmo tempo unir tantas pessoas de opiniões diferentes, movimentar comunidades e disciplinar os mesmos. Quem atua dentro dessa entidade, Liga de Futebol de Toledo, tem como missão ser um maestro, e com respeito conduzir com destreza a sua orquestra: dirigentes, atletas e comunidades. Pois um campeonato bem organizado com um belo futebol apresentado é música de resenhas, amizades e histórias contadas.
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PIORES CENAS - A briga entre Toledo x Marechal, aonde o roupeiro Vaquinha chutou a bola antes da mesma sair para a lateral. Ocasionando as piores cenas que vi dentro do FUTEBOL.